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Operação Decepticons II prende membros de quadrilha especializada no “golpe em locadora”

Leonardo Cabral em 08 de Setembro de 2022

Deflagrada nesta quinta-feira, 08 de setembro, pela Polícia Civil de Corumbá, com apoio da Polícia Civil de Ladário, da Polícia Civil de São Paulo e da Polícia Penal, a “Operação Decepticons II”. Foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Corumbá, Campo Grande (MS) e São Paulo.

Os alvos são investigados por integrar organização criminosa com atuação interestadual e internacional, especializada em levar veículos furtados ou roubados para a Bolívia. Sete pessoas foram presas em Corumbá, uma em Campo Grande e outra em São Paulo, esta última apontada como o líder da organização criminosa. Além disso, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Corumbá, Jacareí e Guarulhos.

Durante a operação, na residência de um dos alvos, em Corumbá, também foram apreendidos cerca de 2 kg de pasta base de cocaína.

O crime de furto qualificado, quando o veículo é transportado para outro estado ou exterior, era praticado pela organização criminosa por meio de locações de veículos no estado de São Paulo e transporte até a região de fronteira, onde eram vendidos na Bolívia.

Além disso, para “camuflar” o crime, após a travessia do veículo para o lado boliviano, os locadores eram orientados a registrar ocorrência policial como se tivessem sido vítimas de roubo na cidade de Corumbá. Os carros de alto valor eram alugados em nome de “laranjas” ou do próprio integrante da quadrilha.

Pelo menos 200 veículos

A organização criminosa, composta por diversos integrantes, disponha de um grande esquema de logística. O líder, em São Paulo, conhecido como “Malufinho”, era responsável por cooptar pessoas para alugar veículos com a promessa de receberem uma quantia, entre R$ 2.000,00 a R$ 4.000,00, para trazer o veículo até Corumbá.

“Malufinho” também era o responsável por receber as quantias referentes ÁS vendas dos veículos. O esquema ainda contava com olheiros, batedores e atravessadores, pessoas da cidade de Corumbá, que prestavam o apoio necessário para que o veículo chegasse à cidade e atravessasse a fronteira.

Divulgação/Polícia Civil

Droga apreendida com um dos alvos da operação

As rotas utilizadas passavam pelo Pantanal de Mato Grosso do Sul, locais em que a organização criminosa possuía olheiros e batedores. A organização também tinha integrantes de aplicativos de corrida que realizavam o trajeto Campo Grande – Corumbá verificando e repassando, à quadrilha, informações do trajeto.

Após a chegada do veículo em Corumbá este era repassado para os atravessadores, pessoas que conhecem as rotas, chamadas de “cabriteiras”, estrada ilegal às margens da fronteira Brasil – Bolívia.

Estima-se que ao longo do último ano, a organização criminosa tenha lucrado cerca de R$ 6 milhões com a travessia de pelo menos 200 veículos. Os valores foram convertidos, por vezes, em cocaína para o estado de São Paulo.

Um dos alvos da operação, indivíduo conhecido pelo apelido de “Dodô”, braço direito de “Malufinho”, foi preso no dia 05 de agosto transportando 70 quilos de cocaína em Campo Grande.

A operação

A primeira fase da operação consistiu na prisão de um casal em Corumbá, em março deste ano. O fato, investigado pela Seção de Investigações Gerais (SIG), da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá, concluiu que o casal participava de um esquema criminoso envolvendo a travessia de veículos locados, para o país vizinho, a Bolívia.

Agindo como recuperadores de veículos autorizados de empresa de locação, tomavam o veículo dos condutores, levando-o para ser comercializado na Bolívia, prática denominada “arrocho”.

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