A Prefeitura de Corumbá, sob nova gestão do prefeito Dr. Gabriel, enfrenta um início de mandato desafiador com a descoberta de uma dívida acumulada superior a R$ 34 milhões, deixada pela administração anterior. O levantamento inicial, realizado pela Secretaria Municipal de Planejamento, Receita e Administração (SEPRAD), revela uma situação financeira preocupante e indica que o valor pode ser ainda maior à medida que novas informações são apuradas.
Déficit no Orçamento e Folha de Pagamento
Entre as principais dívidas identificadas está um rombo de R$ 5 milhões relacionado à folha de pagamento de dezembro. Obrigações como INSS patronal, FGTS e FUNPREV não foram quitadas nem tiveram os valores provisionados em caixa. Além disso, o pagamento do adicional de férias para professores, que deveria ter sido efetuado em dezembro, também foi negligenciado, somando mais R$ 3 milhões à dívida.
Hospital e Transporte Público
A contratualização do hospital referente a dezembro, no valor de R$ 1,2 milhão, ficou pendente, assim como os subsídios mensais para o transporte público, estimados em R$ 860 mil. Ambas as despesas precisarão ser cobertas com recursos deste ano, impactando diretamente o orçamento da nova gestão.
Situação do Fundo de Previdência
Outro ponto crítico envolve o FUNPREV (Fundo de Previdência dos Servidores Municipais), que acumula uma dívida parcelada de aproximadamente R$ 24 milhões. Parcelamentos feitos pela administração anterior abrangem obrigações patronais e aportes de meses como setembro a dezembro, além do 13º salário. Esse montante, somado a juros e multas, gerará parcelas mensais de cerca de R$ 1 milhão, comprometendo ainda mais os recursos disponíveis.
Condições do Prédio e Infraestrutura
Além dos problemas financeiros, a nova gestão encontrou o Paço Municipal em condições deploráveis. Relatos incluem salas com mofo, equipamentos quebrados, falta de condições tecnológicas e vazamentos no telhado. O prédio da Funec, por exemplo, foi entregue sem energia elétrica devido ao roubo da fiação.
Cortes e Medidas Emergenciais
Para enfrentar a crise, a nova gestão planeja reduzir despesas fixas, como aluguéis, energia e água, além de reorganizar contratos e fundir secretarias em espaços compartilhados. Exonerações de cargos comissionados e funções de confiança também estão sendo realizadas para enxugar a folha de pagamento e liberar recursos para investimentos prioritários.
Abono Natalino Não Pago
O abono natalino, autorizado pela Lei 2.868/2022, mas não obrigatório, também foi deixado em aberto pela administração anterior. Apesar de ser uma importante política de valorização dos servidores, a nova gestão não tem como arcar com esse custo em janeiro, priorizando a reestruturação financeira e administrativa.
Impactos no Futuro
A herança de dívidas e a precariedade da infraestrutura municipal colocam desafios significativos para o início do mandato do prefeito Dr. Gabriel. Com uma dívida acumulada que já ultrapassa R$ 34 milhões, a administração atual terá que adotar medidas rigorosas para equilibrar as contas e retomar a capacidade de investimento em benefício da população.