Homem de 40 anos, que havia sido sequestrado, torturado e mantido em cárcere privado por facção criminosa, sob acusação de estupro de uma criança, foi resgatado por equipes da Polícia Civil e da Polícia Penal de Corumbá no domingo (12).
Conforme o boletim de ocorrência 2547/2022, a Polícia foi acionada por um funcionário da empresa onde o homem trabalha, que recebeu vídeo onde aparecem pelo menos três pessoas, duas mulheres e um homem, agredindo o indivíduo. Uma das mulheres, mãe da criança que supostamente teria sido abusada, usava tornozeleira eletrônica.
Diante a uma possível execução, a Polícia Civil entrou em contato com a Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual (UMMVE) e, então, através da posição da mulher monitorada, a equipe chegou a uma casa na rua João B. Maciel, entre a Luiz Feitosa Rodrigues e Major Gama, bairro Guatós, parte alta de Corumbá.
Por uma fresta do muro, os policiais constataram que vários indivíduos estavam na residência. Eles correram para dentro do imóvel logo que perceberam a presença policial. Neste momento, a equipe entrou e encontrou o homem sentado na sala com várias lesões pelo corpo, sendo cuidado por dois indivíduos. Além deles, três mulheres estavam no local.
No momento da abordagem, uma das mulheres recebeu uma ligação com 15 participantes, demonstrando que naquele instante aconteceria o “julgamento do tribunal” da facção criminosa PCC (Primeiro Comando do Capital. O homem estava com vários hematomas no rosto e se queixando de muita dor, além do braço direito quebrado e foi encaminhado para o Pronto-Socorro Municipal.
Ele contou que as agressões teriam se iniciado na residência da mãe da criança que supostamente teria sido abusada, localizada no bairro Universitário, e que ele teria ficado naquele local das 18h até 22h. Depois, foi levado para a outra casa, no bairro Guatós, e resgatado já no final da manhã de domingo pelos policiais civis.
Segundo o boletim de ocorrência, o homem combinou programa sexual com uma mulher. Na casa, estavam duas adultas e uma criança. Uma das mulheres saiu e quando retornou, afirmou ter encontrado a filha chorando e ela teria dito que o homem mostrou o órgão genital à ela.
Na residência da mãe da criança, os policiais encontraram um socador com marca aparente de sangue e uma faca. A Polícia identificou seis envolvidos no caso, cinco foram detidos e levados para a 1ª Delegacia de Polícia Civil. O sexto não foi localizado.
O delegado Willian Rodrigues disse que eles irão responder por tortura, sequestro, cárcere privado e organização criminosa. As investigações prosseguem.