O candidato ao governo no segundo turno, Eduardo Riedel (PSDB), foi o único a comparecer ao debate da CBN/Correio do Estado nesta quarta-feira (26). Pela terceira vez seguida o adversário dele, Capitão Contar (PRTB), não compareceu ao confronto apesar de ter confirmado presença em reunião anterior. A justificativa foi a mesma apresentada para os compromissos anteriores, a falta de tempo na reta final da campanha e a prioridade de atender os eleitores no corpo a corpo.
Durante três blocos de perguntas, o candidato Eduardo Riedel respondeu perguntas sorteadas de representantes, de entidades e dos jornalistas que integram os dois grupos de comunicação que organizaram o evento. Antes de responder as perguntas ele mostrou mais uma vez sua indignação com a falta de respeito do adversário de não comparecer. “Fala que vai fazer sem dizer como, com que recurso. Foge de um debate democrático. É triste para o eleitor e para a democracia”, lamentou.
Questionado sobre capacitação de mão de obra, Riedel afirmou que vai potencializar os sistemas de capacitação já existentes e contratar escolas privadas que fazem a qualificação profissional, por meio de um voucher ao trabalhador. Todo o processo será mapeado com a ajuda da assistência social. “Aportaremos recursos, serão cerca de R$ 30 milhões por ano para qualificar, fazer o encontro entre a demanda e a oferta.”
O tucano reforçou que se eleito não irá fazer troca de apoios políticos por cargos dentro do seu governo. “Acredito muito que temos que de fato imprimir nova política dentro da política. Claro que todo apoio é bem-vindo, mas não a custos de um relacionamento que traz de volta o que não queremos ver mais. As pessoas que vão votar não seguem cegamente uma situação partidária como antigamente. As pessoas estão votando em pessoas. Minha relação é com eleitor. Meu projeto está aqui e dele não saio um milímetro”, ressaltou mostrando o plano de governo em mãos.
Ele prometeu ter liberdade para trabalhar com um secretariado técnico e comprometido com o planejamento apresentado para a população. “Quero ter minha equipe e não engolir uma indicação de A, B ou C . Não acredito nisso, isso para mim é passado”, ponderou.
Quanta a governabilidade, o candidato acredita que terá apoio da maioria dos deputados eleitos na Assembleia Legislativa para o próximo quadriênio. Dentre os primeiros projetos previstos para apresentar aos parlamentares está a ampliação do valor do Mais Social de R$ 300 para R$ 450 e a prorrogação do programa de Luz para Todos por mais 14 meses.
Infraestrutura – Quanto a garantia da competitividade dos negócios, Riedel quer fazer uma grande transformação na malha viária do Estado. “Temos a 245 de Bandeirantes até o entroncamento da 338, que liga Camapuã a Ribas do Rio Pardo. São 600 mil hectares de agriculturas sem rodovias. É urgente a pavimentação das rodovias. A MS-213 sai de Sonora rumo à divisa com Mato Grosso e Goiás com 40 mil hectares de lavoura, sem estrada”, destacou.
Além disso, ele pretende nos quatro anos de governo fazer a pavimentação da 316, saindo de Costa Rica, descendo para Paraíso das Águas até Aparecida do Taboado. “A 306 está concessionada e a 158 e a 483 o governo federal nos passou para concessão. Tem também a 134 que o governo federal nos passou, que liga a 040 até a 267 sem estrada, ligando Santa Rita a Piracicaba (SP). A 289 liga Amambai a Juti e todos os eixos que ligam a 267 que ligam a Rota Bioceânica”, explicou.
Riedel ainda completou afirmando que vai concluir a reestruturação das estradas que ligam as regiões do Pantanal até a ponte do Taquari, reforçar os portos para escoamento fluvial e a retomada da Malha Oeste, por meio da ferrovia, para dar mais competitividade ao Estado. “Além disso, tem os três aeroportos que passaram por concessão e vamos regionalizar com os outros quatro aeroportos. Destacando a conectividade que teremos em todas as cidades por meio do programa Infovias”.
Impostos – Segundo o candidato, o próximo ano será pressionado pelo orçamento. “Somos um dos estados que mais investe da sua corrente líquida, são 12%. Se queremos ser competitivos temos que investir, seja no público e no privado, nas diferentes áreas de políticas públicas.
“Ao mesmo tempo, se está boa a relação tributária, o Estado tem que sim diminuir impostos de maneira seletiva para dar competitividade, por exemplo, micro e pequenos empresários, comércio de várias áreas específicas que precisam desse suporte. Quero priorizar no começo do meu governo. Atuar com a área comercial de serviços para diminuir a carga tributária e alíquotas específicas”, assegurou.
Eduardo Riedel elencou dois eixos para conseguir cumprir esse compromisso: o crescimento do Estado e a sua eficiência. “O estado precisa gastar de maneira melhor. Isso envolve todas as áreas de política pública. E inserção de tecnologia. São eixos que se aumentar a eficiência e tiver o Estado crescendo consegue equilibrar melhor para garantir diminuição de tributos e a eficiência do Estado.”
Vacinação – Questionado pelo infectologista Julio Croda sobre a baixa adesão de vacinação da população, Riedel, que foi o presidente do programa Prosseguir durante a pandemia, disse que vai fazer a mesma força-tarefa utilizada na imunização da covid para outras vacinas.
“Temos que retomar o protagonismo da vacinação. Está provado que é a melhor prevenção que podemos ter. Se estamos em uma situação confortável foi porque tivemos excelência. A proposta é trabalhar em parceria, chamar a população e fazer campanhas. Faremos uma operação como se tivesse na pandemia. Não só para vacinar contra covid, mas contra a da pólio e tantas outras. Temos que estar interessados nas ações de prevenção e empenhados em uma força-tarefa de vacinação. Temos que retomar essa frente de maneira sistematizada e planejada para ter os melhores índices de vacina do país.”
Transparência – O candidato também aproveitou para rebater a proposta do adversário de fazer compliance no governo para combater a corrupção. “Nem ele teve o cuidado de tratar com suas próprias ações de campanha que estão sendo expostas em toda a imprensa com irregularidades. No meu governo vou ter uma consultoria da Controladoria Geral do Estado, atrelada a Controladoria Geral da União. E também vou mandar um projeto para a Assembleia em que todo fornecedor com valor acima de R$ 15 milhões no contrato terá que passar por um compliance”.
Agronegócio – Riedel disse que o Estado destacou as oportunidades para o setor no seu futuro governo com ênfase no carbono neutro e na monetização do ativo ambiental. Ele defendeu o governo Bolsonaro para que o direito de propriedade continue estabelecido. “Espero que não ocorra mais a promoção de ilegalidades caso o PT se eleja”.
Considerações finais – O candidato voltou a chamar o adversário de covarde por se ausentar permanentemente em debates. “Se achar que vai para último debate achando que apontando dedo, está enganado. Se achar que fake news vai dar resultado, com ataques de violência e como não tem proposta, só acusa, está enganado. Temos um projeto para resgatar a cidadania de mais de 167 famílias para o crescimento desse ciclo virtuoso. Vivemos um bom momento e quero potencializar isso”.