Leonardo Cabral em 02 de Novembro de 2025
Leonardo Cabral/Diário Corumbaense
Nem mesmo o forte calor em Corumbá e Ladário, neste domingo, 2 de novembro, Dia de Finados, impediu que muitas pessoas fossem logo cedo aos cemitérios. Os portões foram abertos às 5h para visitação.
No Santa Cruz, maior de Corumbá e que fica na área central, as missas tiveram início às 7h. A primeira celebração religiosa foi presidida pelo bispo da Diocese de Corumbá, Dom João Batista de Oliveira.
De acordo com elel, a morte é uma realidade que afeta todos os seres humanos, mas, por outro lado, se tem também a fé cristã, que faz com que o homem acredite que a vida não é somente aqui.
“A vida é um caminho para se chegar à vida eterna, onde Deus nos espera sempre de braços abertos, com alegria, para nos acolher. Nós saímos dele e a ele voltaremos. Essa é a nossa trajetória, aquilo que nós acreditamos como cristãos e cristãs. Então, estamos aqui hoje, celebrando, rezando juntos e pedindo, claro, pelos nossos entes queridos, mas muito mais agradecendo a eles por aquilo que eles vivenciaram junto conosco e pedindo sempre a força de Deus para que tenhamos essa capacidade de fazer o nosso caminho, a nossa peregrinação, até chegarmos um dia junto a Ele”, explicou o bispo ao Diário Corumbaense.
Leonardo Cabral/Diário Corumbaense
Marilda disse que o dia tem significado de muita saudade
Com flores, velas e muita saudade, as pessoas chegavam emocionadas para render lembranças a algum familiar, amigo, colega que partiram. Alguns, com sombrinhas, para se proteger do Sol, já outros, com o tradicional tereré e água bem gelada, para ajudar a amenizar o forte calor.
Para Marilda Aparecida Alves dos Santos, que comparece todos os anos no cemitério Santa Cruz, contou que o momento é de tristeza e saudades, mas com a certeza de que os entes estão juntos a Deus.
“Me vem na memória as lembranças de todos eles que repousam no descanso eterno. Esse dia significa muita saudade, tristeza, dor. Aqui tenho o meu sogro, sogra, cunhado e tias. Toda a minha família está aqui e por isso sempre venho, seja no Dia das Mães, dos Pais, Finados. Todos os dias lembramos deles, temos, meu esposo e eu, nosso canto de oração em casa, mas no Dia de Finados sentimos eles mais presentes da gente”, falou Marilda.
Leonardo Cabral/Diário Corumbaense
No Santa Cruz, maior cemitério da cidade, movimento intenso desde cedo
Regina Ligia estava bastante emocionada. Ela mencionou que todo os anos comparece para fazer homenagens aos familiares e amigos que já se foram. Para ela, esse é um momento de muita oração.
“Se tem uma palavra que define hoje é: saudade. Aqui tenho meu pai, irmão, amigos. É uma data que não podemos deixar de homenagear os que já se foram. É um momento de emoção, uma data que marca, onde sentimos a perda daqueles que sempre amaremos. Que eles possam estar descansando em um bom lugar e na paz de Deus”, desejou Regina.
Missas e horários de funcionamento
Neste domingo (2), o cemitério Santa Cruz, localizado na área central de Corumbá, e o Nelson Chamma, às margens da rodovia Ramão Gomes, via que dá acesso à Bolívia, ficam abertos até às 18h.
As tradicionais missas de Finados acontecem durante todo o dia. No Santa Cruz, as celebrações são às 6h, 8h, 10h e 16h. No Nelson Chamma, haverá duas missas: às 9h e às 16h. Em Ladário, a celebração aconteceu às 7h, no cemitério municipal.
A data
A data tem origem no século X, quando o monge beneditino Odilo de Cluny, na França, instituiu o dia 2 de novembro de 998 como um momento de oração pelas almas dos mortos. Com o passar dos séculos, a tradição se espalhou por todo o mundo cristão e foi incorporada oficialmente pela Igreja Católica.
No Brasil, o Dia de Finados foi reconhecido como feriado nacional pela Lei nº 10.607, de 2002. A data é vista como um momento de reflexão, saudade e espiritualidade, em que fiéis visitam túmulos, levam flores e acendem velas em homenagem aos falecidos. Em muitas cidades, as paróquias realizam missas e celebrações especiais ao longo do dia.
