Malotes dos Correios viram bolsas sustentáveis em parceria entre Moinho Cultural e artesã pantaneira

Da Redação com assessoria de imprensa em 20 de Outubro de 2025

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De malotes postais a acessórios de moda com propósito. Essa é a proposta da parceria entre o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e a artesã Lucienne Lopes Teixeira, 57 anos, criadora do Lú Lopes Ateliê, com apoio do Sebrae/MS. A iniciativa reaproveitou malotes de lona dos Correios, que estavam sem uso, para transformá-los em mini mochilas, bolsas rolê e nécessaires sustentáveis, carregadas de história e identidade pantaneira.

Além de estilo, cada peça representa um processo de reaproveitamento criativo que une transformação, cultura e sustentabilidade. A venda dos produtos contribui diretamente para a manutenção das ações do Moinho Cultural, eleito a melhor ONG de Cultura do Brasil, que há 21 anos atua na fronteira promovendo arte, educação e empreendedorismo criativo.

“Esse projeto une sustentabilidade, empreendedorismo e impacto social, três valores que norteiam nosso trabalho. É uma forma inovadora de transformar resíduos em oportunidades, mostrando que moda e consciência podem caminhar juntas”, destacou Mônica Macedo, diretora executiva do Instituto.

Reconhecida por sua trajetória empreendedora, Lucienne foi convidada para representar o projeto na COP30, em Belém (PA), em novembro. Ela vai levar 150 peças exclusivas — 50 mini mochilas, 50 bolsas rolê e 50 nécessaires — todas confeccionadas com os malotes dos Correios.

“Vai tudo com um pedacinho do Pantanal. Cada peça tem uma história, um bicho, uma lembrança do nosso lugar. É emocionante poder mostrar isso para o mundo”, disse a artesã.

Costurando histórias

A relação de Lucienne com o Moinho Cultural começou em 2008, quando participou de cursos de reaproveitamento de materiais oferecidos pela instituição. Foi nesse período que descobriu sua vocação para transformar resíduos em produtos criativos e úteis.

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Lucienne prepara 150 peças exclusivas para levar à COP30

Ela participou da criação da Cooperativa Vila Moinho, que reunia profissionais de diversas áreas, como artesanato, gastronomia e serigrafia. Também colaborou na confecção de figurinos para os espetáculos do Moinho In Concert, experiência que ajudou a consolidar sua formação artesanal.

Após mudar-se para Campo Grande, Lucienne aperfeiçoou seu estilo e passou a bordar animais típicos do Pantanal — como capivaras, onças, araras e tamanduás — em peças de lona reaproveitada. Hoje, o Lú Lopes Ateliê é conhecido por suas criações exclusivas, todas feitas manualmente e com identidade regional.

“Cada peça é única. As pessoas se encantam quando veem os bichinhos. É a nossa identidade pantaneira costurada na lona”, explicou.

Economia criativa e sustentabilidade

A conexão entre o Lú Lopes Ateliê e o Moinho Cultural surgiu durante o atendimento do programa Move Mais, do Sebrae/MS, voltado à prospecção comercial e abertura de novos mercados para pequenos negócios. A dificuldade da artesã em obter matéria-prima foi solucionada com o reaproveitamento dos malotes dos Correios, articulado pelo Instituto.

“A articulação com o Moinho Cultural veio como uma solução fantástica”, afirmou Isabella Carvalho Fernandes Montello, gerente de Competitividade e Inovação do Sebrae/MS.

A parceria também prevê que, a cada dez produtos confeccionados, Lucienne doará uma peça para a loja colaborativa do Moinho Cultural, fortalecendo o ciclo da economia criativa.

Onde encontrar

Além da COP30, as peças podem ser adquiridas pelas redes sociais da artesã e em feiras de artesanato em Campo Grande.