Projeto Navio atendeu mais de 400 ribeirinhos na quarta etapa da ação

Da Redação em 17 de Abril de 2025

Imagem: CB-RM2-CL Otávio/Marinha do Brasil

A quarta etapa do Projeto Navio (Navegação Ampliada para Vigilância Intensiva e Otimizada), uma parceria entre a Marinha do Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz e as Secretarias de Saúde de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, foi concluída na última segunda-feira (14), quando as equipes fizeram atendimentos médicos, odontológicos e exames no Cais do Centro de Convenções de Corumbá.

Militares e pesquisadores nacionais e internacionais realizaram desde 17 março, ações de assistência cívico-social e hospitalar em comunidades ribeirinhas do Tramo Norte do rio Paraguai, no Pantanal de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

Durante o período, o Navio-Transporte Fluvial “Almirante Leverger”, o Navio de Apoio Logístico Fluvial “Potengi” e o Navio de Assistência Hospitalar “Tenente Maximiano”, subordinados ao Comando da Flotilha de Mato Grosso, percorreram nove comunidades dos estados de MT e MS, de Cáceres (MT) a Corumbá (MS). No total, 405 ribeirinhos receberam atendimento de saúde.

 

Divulgação/Marinha do Brasil

Testes sorológicos são realizados a bordo dos navios da Marinha

O projeto tem como objetivo identificar patógenos virais circulantes nas comunidades ribeirinhas do Pantanal de MT e MS, além de estudar os impactos das mudanças climáticas na saúde pública. Com base no conceito de Saúde Única, que explora a conexão entre saúde humana, animal e ambiental, equipes multidisciplinares coletaram, ao longo do percurso, dados epidemiológicos e climáticos que permitirão, futuramente, identificar locais prioritários para a vigilância em saúde. Além da coleta de dados junto aos ribeirinhos, foram coletadas amostras de aves migratórias, águas residuais e vetores no Pantanal.

Esta é a quarta fase da ção, sendo a segunda viagem ao Tramo Norte. “Neste retorno a essas localidades, identificamos um aumento acentuado de arbovírus e de vírus respiratórios, além do registro, pela primeira vez, do vírus respiratório sincicial e do HTLV-1 — doença que ataca o sistema imunológico do paciente e é de notificação compulsória”, analisou o Coordenador do Projeto Navio e pesquisador da Fiocruz, Prof. Dr. Luiz Alcantara.

A bordo dos navios da MB, os Laboratórios Centrais dos estados de MT e MS realizaram mais de 2.100 testes sorológicos para dengue, zika, chikungunya e toxoplasmose, além de cerca de 1.900 testes de biologia molecular para arbovírus (dengue, zika, chikungunya) e vírus respiratórios (Covid-19 e influenza A e B). Segundo a Diretora do LACEN, Elaine Oliveira, “o projeto é de grande importância, pois leva atendimento especializado para comunidades que nem sempre têm acesso integral aos serviços de saúde.”