Mato Grosso do Sul avança na implementação de projetos estratégicos para a Rota Bioceânica, visando otimizar processos alfandegários e reforçar a segurança. Com essas iniciativas, a expectativa é de reduzir em 90% o tempo de espera para importação e exportação, proporcionando um fluxo mais eficiente no comércio exterior. A estruturação desse sistema ocorre em Porto Murtinho, onde está em construção a ponte que ligará o Atlântico ao Pacífico.
Atualmente, os trâmites alfandegários entre Mato Grosso do Sul e Paraguai são realizados em Ponta Porã, na fronteira com Pedro Juan Caballero, e podem levar até 20 dias para conclusão. Com a integração da nova rota, esse prazo poderá ser reduzido para apenas dois dias, tornando o processo mais ágil e competitivo.
Corredor Estratégico para o Comércio Internacional
A Rota Bioceânica se consolidará como um caminho mais curto para conectar o Brasil aos mercados asiáticos. O trajeto parte de Porto Murtinho, passa pelo Paraguai, Argentina e Chile, permitindo o acesso facilitado ao Oceano Pacífico e a importantes destinos comerciais como China, Japão e Índia.
Para garantir eficiência no transporte de mercadorias, um complexo aduaneiro será instalado em Porto Murtinho. Esse centro contará com a presença de diversos órgãos de fiscalização, como Receita Federal, Anvisa, Ibama e Polícia Federal, além de parcerias com instituições paraguaias, possibilitando a atuação conjunta de ambos os países em um único local.
Inovações Tecnológicas no Controle Aduaneiro
Entre as medidas para agilizar os trâmites burocráticos e garantir a segurança nas operações, está a proposta de utilização de chips nos containers. Essa tecnologia, já aplicada em portos internacionais, permite o monitoramento digital das cargas via satélite, eliminando a necessidade de inspeções manuais e acelerando os processos alfandegários.
Além disso, a adoção de inteligência artificial e equipamentos modernos promete otimizar a fiscalização, reduzindo o tempo necessário para conferência e liberação de mercadorias. Com isso, o comércio entre os países será impulsionado, diminuindo custos logísticos e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global.
Segurança Reforçada na Fronteira
A segurança ao longo do Corredor Bioceânico é um dos pilares desse projeto, visando coibir crimes transfronteiriços e garantir um trânsito seguro de pessoas e mercadorias. Para isso, será implantado um Centro Integrado de Controle de Fronteira, que reunirá órgãos como Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ministério da Agricultura.
Tecnologias avançadas, como reconhecimento facial e câmeras com leitura de placas, serão implementadas para fortalecer a vigilância na região. Além disso, a cooperação entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile permitirá um alinhamento estratégico na padronização dos protocolos de segurança, garantindo uma atuação coordenada entre os países.
Investimentos e Infraestrutura
Para viabilizar a Rota Bioceânica, o governo de Mato Grosso do Sul tem investido fortemente na infraestrutura das cidades envolvidas no trajeto. Porto Murtinho, por exemplo, recebeu mais de R$ 40 milhões em obras, incluindo melhorias na malha viária e incentivos para a reativação da hidrovia do Rio Paraguai, atraindo investidores e impulsionando o setor portuário.
Além disso, o governo federal destinou R$ 472,4 milhões para obras complementares essenciais, como a pavimentação de 13 km da rodovia BR-267, a construção de um centro aduaneiro e melhorias na estrutura de acesso à Ponte Bioceânica. Também está em andamento a restauração de 101 km da BR-267, conectando Alto Caracol a Porto Murtinho.
Seminário Internacional e Perspectivas Futuras
Para debater os avanços e desafios da Rota Bioceânica, representantes do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile participarão do Seminário Internacional da Rota Bioceânica, que ocorrerá entre 18 e 20 de fevereiro em Campo Grande. O evento abordará temas como infraestrutura, segurança, logística e oportunidades de negócios, além de discutir o impacto do corredor bioceânico no comércio internacional e no turismo.
Com a finalização das obras e implementação das novas políticas alfandegárias e de segurança, a Rota Bioceânica promete transformar Mato Grosso do Sul em um hub logístico estratégico para o comércio entre a América do Sul e a Ásia, impulsionando a economia e fortalecendo as relações comerciais entre os países envolvidos.
