Desembargadores investigados por venda de decisões judiciais usam tornozeleira eletrônica

Após 12 dias sem cumprir uma decisão judicial, cinco desembargadores do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) foram obrigados a colocar tornozeleira eletrônica, conforme ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça) durante a Operação Ultima Ratio, que investiga a venda de sentenças na justiça estadual. Outros dois envolvidos também cumpriram a ordem.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) confirmou a informação. As tornozeleiras foram colocadas na terça-feira (05), durante plantão da Unidade Mista de Monitoramento Virtual. “Por se tratar de um processo sigiloso, não há mais detalhes disponíveis”, informou a Agepen.

A decisão foi tomada pelo ministro Francisco Falcão em 24 de outubro e atingiu os desembargadores Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sérgio Fernandes Martins e Sideni Soncini Pimentel, sendo os dois últimos o atual presidente do TJMS e o presidente eleito para o biênio 2025/2026.

Outros dois citados na decisão também colocaram as tornozeleiras: o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas de MS), Osmar Jeronymo, e seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, que é servidor do TJMS.

As medidas restritivas foram impostas quando a investigação ainda estava sob a responsabilidade do STJ.

“Embora presentes os requisitos para decretação de prisão preventiva, reconheço que há medidas menos severas que podem ser aplicadas para cessar a prática criminosa e proteger os interesses em jogo (…)”, afirmou Falcão.

De acordo com a decisão do ministro, todos os envolvidos foram afastados de suas funções e estão proibidos de ter contato com servidores do TJMS.

“No caso em questão, as medidas cautelares impostas pelo Ministério Público Federal são suficientes para interromper a prática criminosa, garantindo a ordem pública e a continuidade do processo judicial (…) os fatos apurados são de extrema gravidade, colocando em dúvida a integridade do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e a credibilidade de suas decisões. O afastamento é necessário para restabelecer a integridade e seriedade da Corte Estadual”.

Transferência

Após o início da operação, o inquérito foi transferido ao STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido, devido à menção a um ministro do STJ nas investigações – o STF é responsável por investigar e julgar magistrados de tribunais superiores.

Edição: Campo Grande News

Fonte: https://www.diarionline.com.br/?s=noticia&id=147808