A Operação Ágata Oeste 2024, organizada pelo Ministério da Defesa e conduzida pelo Comando Conjunto Oeste, está em pleno andamento nas fronteiras dos estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS). A operação envolve as Forças Armadas e diversos Órgãos de Segurança Pública e Fiscalização (OSPF), com o objetivo de intensificar ações preventivas e repressivas na região. Um dos destaques da operação é o Monitor Parnaíba (MParnaíba – U17), o navio de guerra mais antigo do mundo ainda em serviço ativo, que está prestes a completar 87 anos.
Ladário (MS) é o centro das operações navais, onde a Marinha do Brasil, representada pelo Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN), emprega nove navios e um contingente de 536 militares. O Monitor Parnaíba desempenha um papel essencial nas ações de patrulhamento fluvial, inspeção naval e estabelecimento de postos de bloqueio e controle nas vias fluviais do Rio Paraguai, contribuindo para a segurança da população local.
Projetado especificamente para operar em rios de baixa profundidade, como o Rio Paraguai, o Monitor Parnaíba passou por diversas modernizações ao longo dos anos. Equipado com sistemas avançados de navegação e armamento, o navio combina características projetadas no passado com tecnologias modernas, tornando-o um recurso robusto e versátil nas operações navais. “É um navio que carrega uma rica herança cultural e histórica da Marinha do Brasil, além de se manter relevante e eficaz nas missões atuais”, afirmou o Capitão de Corveta Robson de Freitas Reis, Comandante do Monitor Parnaíba.
Durante a operação, a comitiva do Comando Operacional Conjunto Ágata teve a oportunidade de visitar o Monitor Parnaíba e explorar seus compartimentos e capacidades operativas. A visita incluiu um voo sobre a área operacional, seguido de um pouso no convés de voo do navio.
O Monitor Parnaíba carrega em seus conveses quase um século de história. Construído no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, foi lançado ao mar pela primeira vez em 1937, marcando um importante capítulo na construção naval brasileira. Incorporado à Flotilha de Mato Grosso em 1938, o navio desempenhou papéis críticos durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo a escolta de comboios e patrulhas no porto de Salvador-BA. Desde seu retorno a Ladário em 1945, o Monitor Parnaíba continua a operar, sendo um verdadeiro patrimônio cultural e histórico da Marinha do Brasil.
A Operação Ágata Oeste faz parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF) do Governo Federal. Em seus primeiros 12 dias, a operação resultou em um prejuízo superior a R$ 100 milhões ao crime organizado, combinando as ações realizadas no Brasil e os esforços paralelos da Operação Basalto III conduzida pelo Exército Brasileiro. No total, cerca de 2 mil militares, 12 aeronaves, 16 embarcações, e 217 viaturas, além de sistemas de vigilância modernos, estão empregados para garantir a eficácia das ações na área de operação.