O advogado Mário César Fonseca da Silva, de 48 anos, conta que foi ameaçado por um motorista de aplicativo que estava de posse de um estilete, neste sábado (08) em Campo Grande. Membro do PC do B (Partido Comunista do Brasil) em Mato Grosso do Sul, Mário embarcou em sua casa, região do Santa Emília e seguia para uma reunião no Sindmassa (Sindicato Intermunicipal dos Empregados Vinculados nas Indústrias de Fabricação de Massa Alimentícias), na Avenida Júlio de Castilho
Ele relata que foi provocado durante a viagem e depois ameaçado pelo fato de utilizar máscara de proteção contra covid-19 e vestir uma camiseta do candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na política, Mário já foi candidato em 2014 a deputado federal, em 2016, candidatou-se a vice-prefeito de Campo Grande, com Alex do PT. Entre 2015 e 2016, foi superintendente em MS do então DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), autarquia vinculada ao MME (Ministério de Minas e Energia (hoje Agência Nacional de Mineração). E. atualmente também é membro da direção nacional da ADJC (Associação dos Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania) e da diretoria nacional da Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores).
Consta no registro policial, que o motorista, já identificado, o indagou pelo fato de utilizar máscara. Ele segundo a vítima, argumentou que havia se infectado com covid-19 por quatro vezes, se tratou com hidroxicloroquina e que a máscara era um exagero para atacar o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Conduta de provocação desde o início da viagem. Ele se incomodou com o uso da máscara. A pandemia ainda não acabou totalmente e minha mãe de 77 anos mora comigo”. Mário também relata que já conversou com outros eleitores do atual presidente e, em nenhuma das vezes, houve episódio de ameaça ou violência.
Durante a corrida, o advogado diz que o motorista escutou barulhos no pneu e desceu com o estilete em mãos. Ele lembra que inclusive o ajudou o motorista a tirar um parafuso pequeno que havia em um dos pneus. Segundo o registro policial, durante prosseguimento da corrida, o motorista continuou a indagar sobre política, perguntou onde o advogado ia e disse: “sindicato é tudo de esquerda”.
O advogado relata que em nenhum momento, ofendeu, retrucou as conversas e diz que inclusive falava pelo WhatsApp ao celular, para tentar se desviar das conversas. Nas proximidades da rua Madrid com a Collon, na Vila Alba, o motorista perguntou se tinha como ele fazer o Pix.
O passageiro então efetuou o Pix de R$ 22, e mostrou o comprovante. O motorista então falou, “22 de Bolsonaro”. “Se fosse 13 seria mais barato”, disse em tom de brincadeira, lembra Mário.
O condutor então se exaltou e disse: “vocês de sindicato são tudo vagabundo, vocês defendem bandido, desce do meu carro”, gritou. “Ele partiu para cima de mim com o estilete e eu consegui me esquivar”, lembra. O advogado conta que correu, pediu por socorro e foi acolhido por uma família na região e o motorista não foi mais visto.
Além do boletim de ocorrência, Mário também entrou em contato com a empresa responsável e a polícia irá analisar imagens de câmeras próximas ao ocorrido. O caso foi registrado como ameaça na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. A reportagem também entrou em contato com a empresa em relação aos fatos denunciados à polícia.