Após um dia inteiro de despedidas, Delanira Pereira Gonçalves, a Delinha, foi enterrada sob a canção que marcou sua carreira, “O Sol e a Lua”, em meio a muitos fãs, amigos e familiares. Eternizada na história da música sul-mato-grossense, o corpo da “Dama do Rasqueado” foi sepultado durante o pôr do sol desta quinta-feira (16), em uma cerimônia que se transformou em roda de viola por mais de uma hora.
Emocionante, o enterro foi realizado no Cemitério Jardim da Paz após um longo cortejo e, durante o momento da despedida, a música mais famosa de Délio e Delinha foi entoada por todos os presentes. Enquanto na letra original, Delinha cantava “eu sou a lua”, o público, que fez do sepultamento da cantora um show, não se intimidou a bradar: “ela é a luuuuuaaaa”.
Mesmo depois de terminado o momento em que o caixão foi colocado na sepultura, a plateia continuou com outras canções, como “Prenda Querida” e modões. Entre pequenas pausas, o filho de Delinha, João Paulo Pompeu, agradeceu por todas as homenagens e ficou ainda mais emocionado.
“Minha mãe está feliz lá no céu junto de Deus. Ela passava por aqui quando estávamos pegando estrada e dizia ‘essa vai ser minha última morada’, mas sempre falava com alegria. Agora ela está em outro momento”, disse João.
Além das músicas, Delinha recebeu muitas flores, palmas e lágrimas durante todo o “adeus”. Liderando a roda de viola, o gaiteiro Nilsinho Chamamezeiro, de 67 anos, explicou que a despedida fez jus aos gostos da amiga de vida. “Esse é o momento mais triste. Convivi com Delinha por mais de 15 anos e estou me despedindo porque é uma vontade de Deus. Ela gostava muito de música e com certeza está feliz nesse momento”, narrou Nilsinho.
Agradecendo a presença de todos ainda no velório, o filho de Delinha, João Paulo, reforçou que a mãe está eternizada na memória de Mato Grosso do Sul. “A gente fica com uma saudade, mas espiritualmente ela vai estar sempre comigo. E um artista não morre, ela vai ficar eternizada na nossa história”.