Com mais de 60 laticínios com inspeção, nas cinco macrorregiões do Estado e 20 mil produtores de leite, aproximadamente, a cadeia produtiva do leite busca melhorar a eficiência da sua produção em Mato Grosso do Sul. Hoje (01), quando se comemora o Dia Mundial do Leite, o Estado conta com três polos de produção que se destacam pelo volume de leite produzido, presença de indústrias lácteas, comércio de insumos e assistência técnica. São eles: Leste, Centro e Sul, totalizando 31 municípios, responsáveis por mais de 70% da produção estadual.
Para divulgar as ações da cadeia produtiva, o Governo do Estado, por meio da Semagro (Secretaria de Estado de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar) está realizando a Semana Sul-Mato-Grossense do Leite. Até o dia 11, várias palestras estão programadas, assim como capacitação de produtores, doação de leite por parte de entidades em ação juntamente com as lojas hiper da Rede Comper.
De acordo com o zootecnista Orlando Serrou Camy Filho, assessor de Pecuária da Semagro e secretário executivo da Câmara Setorial do Leite, assim como ocorre em outros estados, os produtores de leite do MS enfrentam alta constante do custo de produção desde 2020, impactando fortemente o setor com a redução da produção de leite.
“As indústrias têm acompanhado o movimento de aumento de preços no mercado doméstico do País e efetuado reajustes sucessivos nos valores do leite pago ao produtor. No entanto com a redução do poder de compra dos consumidores, em consequência dos problemas causados pela pandemia, os custos de produção continuam elevados e pressionando a margem de lucro tanto de produtores quanto das indústrias”, salientou.
Ele lembra que o 1º trimestre foi melhor na relação de troca entre insumos para alimentação dos animais e a quantidade de leite, em litros, diferente do ano passado, quando a relação de troca foi decisiva para a saída da atividade de muitos produtores. “Muitos não conseguiram adequar o sistema de produção à nova realidade de mercado”, frisou.
O zootecnista destaca que a assistência técnica contínua se mostrou um dos fatores essenciais para a melhoria da produção, produtividade e qualidade do produto, garantindo a sustentabilidade do negócio “leite”. No MS, a Agraer e o Senar, além dos próprios laticínios, atendem pouco mais de 20% dos produtores de leite do Estado. “O resultado desse trabalho é a elevação da produtividade do rebanho leiteiro, que subiu mais de 30% em 7 anos, chegando aos 2.400 litros/vaca/ano”, frisou.
Nos últimos 7 anos, os produtores têm apresentado dificuldades para manter a produção de leite. Além da redução do número de produtores, apesar da melhoria da produtividade por vaca, registramos uma queda de mais de 48% no volume de leite captado, chegando ao final de 2021 com pouco mais de 200 milhões de litros de leite no ano.
No 1º trimestre de 2022, a produção de leite foi menor que no mesmo período de 2021, refletindo a conjuntura de elevados custos para o setor, mesmo com o aumento dos preços pagos ao produtor.
Programas e ações
O Governo do Estado tem mantido os benefícios fiscais para as indústrias lácteas, voltados para a venda de leite para fora do Estado, além da alíquota zero de ICMS para a matéria prima leite do produtor para a indústria.
Em 2021, por resolução conjunta entre Semagro e Sefaz, foi implantado o Índice do Leite MS, indicador oficial da variação de preços de uma cesta com 4 produtos, que representam mais de 90% do mercado estadual. Mensalmente, os produtores de leite e laticínios tem mais uma opção de referência para a negociação do valor pago ao produtor.
O secretário de Estado da Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck , destaca que o Pró-Leite, Plano Estadual para Desenvolvimento da Bovinocultura Leiteira, prevê várias ações nas áreas de sanidade, assistência técnica, reprodução, índice de referência e incentivos financeiros aos produtores de leite. São projetos das instituições envolvidas na cadeia produtiva do leite do estado. São priorizados 22 municípios, que representam mais de 60% da produção de leite. “Nossa meta é garantir a melhoria na produtividade ajudando a elevar a renda dos produtores que atuam fortemente na agricultura familiar”, concluiu.