Rosana Nunes em 17 de Novembro de 2025
Elis Regina Nogueira/Kojiroh/João Paulo Gonçalves
Após 29 dias de imersão em diferentes regiões do Pantanal sul-mato-grossense — Albuquerque, Barra de São Lourenço, Serra do Amolar e Nhecolândia — a equipe do documentário Quatro Luas Pantaneiras volta ao território onde realizou as gravações. O objetivo é promover sessões especiais em escolas e para a comunidade local.
O ciclo de quatro apresentações conta com apoio do Instituto Homem Pantaneiro, Ecoa, Secretaria de Educação de Corumbá, Fundação de Turismo do Pantanal, Fundação de Cultura de Corumbá e Prefeitura Municipal de Corumbá. As exibições ocorrem em Albuquerque (17/11), Barra de São Lourenço (19/11), Paraguai Mirim (20/11) e Corumbá (21/11).
Idealizado e dirigido por Ana Carla Loureiro, o longa-metragem acompanha o cotidiano de quatro mulheres — Vera, Leonora, Edilaine e Rosa Maria — e busca destacar a centralidade da mulher pantaneira na cultura e na vida da região. Para a diretora, dar voz e protagonismo a essas personagens é um gesto de reconhecimento histórico.
“Esse filme nasce de uma necessidade de justiça — justiça a essas mulheres pantaneiras que, por tanto tempo, ocuparam um lugar quase invisível na história. Elas sustentam o território, a cultura e a economia, mas raramente são vistas. O documentário busca tirá-las da retaguarda e colocá-las no centro”, afirma Loureiro.
As quatro protagonistas representam diferentes formas de pertencimento ao Pantanal. Três são pantaneiras de nascimento; já Vera chegou ainda criança, vinda do interior de São Paulo, e construiu ali sua identidade. A diretora destaca também o trabalho de Bianca Machado, produtora responsável pela pesquisa que permitiu encontrar as personagens retratadas.
Outro cuidado da produção foi a fotografia, pensada para refletir a beleza do Pantanal sem idealizações, preservando a vivacidade e a verdade do território. A equipe contou com os profissionais Wlacyra Lisboa, Kojiroh, João Paulo Gonçalves e Elis Regina Nogueira (making of).
“Era fundamental filmar com respeito e delicadeza, sem invadir a vida das pessoas. A equipe entendeu desde o início essa necessidade. Não era só fazer um filme, mas viver o Pantanal”, diz a diretora. “O Pantanal tem uma luz própria, uma textura que muda o tempo todo. Queríamos traduzir essa beleza sem artifícios.”
Elis Regina Nogueira/Kojiroh/João Paulo Gonçalves
Documentário busca destacar a centralidade da mulher pantaneira na cultura e na vida da região
O documentário também aborda os desafios ambientais que ameaçam o bioma, que enfrenta a maior seca das últimas quatro décadas. Durante as gravações, a equipe testemunhou impactos dos incêndios, queda na fauna silvestre, poluição e desequilíbrios visíveis na paisagem.
“O Amolar é uma serra extraordinária, linda e pouco conhecida. Mas os efeitos dos incêndios são claros. Apesar disso, a resiliência do povo pantaneiro é admirável. A solidariedade e o amor pelo território são essenciais para viver no Pantanal — e isso aprendi com nossas personagens”, destaca Loureiro.
Com trilha sonora original de Marcelo Loureiro, 70 minutos de duração e filmagem em resolução 6K, Quatro Luas Pantaneiras apresenta um olhar sobre resistência — da terra, das mulheres, da cultura e de um Pantanal que, apesar dos desafios, continua pulsante.
Incentivo à Cultura
Quatro Luas Pantaneiras é uma realização da produtora Cist em coprodução com a Quíron 5 Filmes, viabilizada com recursos da Fundação de Cultura de MS, Governo de MS, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Conta ainda com apoio da Pantanal Film Commission.
Serviço
17/11/2025 – Albuquerque – 19h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Luiz de Albuquerque e Melo Pereira e
Cáceres e Extensões.
19/11/2025 – Barra de São Lourenço – 14h
Local: Escola das Águas Barra do São Lourenço
20/11/2025 – Paraguai Mirim – 9h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Paraguai Mirim
21/11/2025 – Corumbá – 20h
Local: Cineclube Macaco da Noite – Prainha do Porto Geral
Com informações da assessoria de imprensa.
