Exames descartam presença de metanol em caso de morte de jovem em Campo Grande

Rosana Nunes em 06 de Outubro de 2025

O Governo de Mato Grosso do Sul informou que os exames preliminares realizados pela Polícia Científica não identificaram a presença de metanol nas amostras coletadas do jovem Matheus Santana Falcão, de 21 anos, que morreu na última quinta-feira (2), em Campo Grande. A informação foi divulgada por meio das secretarias de Estado de Saúde (SES) e de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

A suspeita inicial era de intoxicação por metanol, o que levou a Secretaria de Saúde a atuar de forma integrada com os órgãos de segurança pública e vigilância sanitária. Exames complementares continuam em andamento para detectar outras substâncias e esclarecer a causa da morte.

O caso investigado como possível intoxicação por metanol — seria o primeiro registro do tipo em Mato Grosso do Sul. O jovem chegou consciente à Unidade de Pronto Atendimento Comunitário (UPA), na quinta-feira, apresentando mal-estar gástrico, náuseas e vômitos escuros após ingerir “corotinho”. Amostras de sangue e urina foram encaminhadas ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para perícia.

No Estado, há casos suspeitos sendo investigados em Campo Grande, Rio Brilhante e Caarapó. O Ministério da Saúde incluiu Ladário na lista, no entanto, o paciente, um militar da Marinha, de 28 anos, morador no município, foi atendido em Natal, no Rio Grande do Norte, no dia 3 de outubro. 

A notificação, registrada por um médico da rede pública daquela cidade descreve o caso como “suspeita de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica” e indica Natal como local de ocorrência e atendimento. Ladário aparece como município de residência do paciente.

De acordo com nota do 3º Distrito Naval, o militar está de férias em Natal, foram realizados exames médicos e cumpridos os protocolos relacionados com a investigação de intoxicação por metanol, inclusive com notificação compulsória e envio de amostra para o Instituto Técnico- Científico de Perícia (ITEP). “Os exames descartaram a possibilidade de contaminação por metanol e o paciente, já recuperado, teve alta e foi liberado”.

Atenção com sintomas

Segundo o médico toxicologista do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Ciatox), Sandro Benites, é essencial ficar atento aos sintomas que podem aparecer cerca de 12 horas após o consumo de bebida contaminada, como dor abdominal, sensação de queimação, alterações visuais — como turvação ou visão cintilante — e sinais neurológicos.

“Esses casos são considerados suspeitos de intoxicação por metanol. É fundamental buscar atendimento médico imediatamente”, alertou Benites.

(matéria editada para acréscimo de informação)