Registro raro de quati albino evidencia a diversidade da fauna pantaneira e acende alerta

Ricardo Albertoni em 08 de Setembro de 2025

Renato de Oliveira Carvalho

Um registro raro foi feito no domingo (07), no assentamento Taquaral, zona rural de Corumbá. O servidor público Renato de Oliveira Carvalho, que visitava uma propriedade de familiares, flagrou um quati albino, característica considerada rara na espécie.

O animal, mamífero conhecido cientificamente como Nasua nasua, pertence à mesma família do guaxinim. Normalmente, apresenta focinho alongado, cauda listrada e pelagem em tons que variam do alaranjado e avermelhado ao marrom-escuro e cinza, sobrepostos com nuances amareladas. No quati registrado por Renato, essas características não se evidenciaram devido ao albinismo.

Ao Diário Corumbaense, a bióloga Juliane Saab explicou que os quatis são onívoros e se alimentam de frutas, insetos, pequenos animais e larvas. Estão presentes em diversas regiões do Brasil e das Américas, sendo bastante comuns no Pantanal. Outra característica curiosa é que os quatis utilizam ninhos arbóreos, semelhantes aos construídos por aves, para descanso noturno e para o parto de seus filhotes.

Segundo Renato Carvalho, o animal foi visto sozinho em uma área próxima a um córrego. “Jogamos algumas coisas e ele estava revirando, quando o avistamos”, relatou à reportagem.

Alerta

A bióloga Juliane Saab analisou a imagem do quati albino e o identificou como um macho “mundéu” — de hábito solitário. Ela ressalta a importância desses registros e alerta que casos cada vez mais frequentes podem ser motivo de preocupação.

 

Renato de Oliveira Carvalho

Registro foi feito no domingo, no assentamento Taquaral

“Os quatis vivem em bandos formados por fêmeas e filhotes; os machos só se aproximam no período reprodutivo e depois seguem sozinhos. O registro de indivíduos albinos é raro e de relevância científica, pois pode indicar maior ocorrência de cruzamentos entre animais com genes recessivos. Apesar da aparência diferenciada e curiosa, esses casos podem sinalizar riscos genéticos e redução da variabilidade populacional, exigindo análises mais aprofundadas. Além disso, as queimadas anuais e a redução do habitat natural diminuem o número de indivíduos que conseguem sobreviver. Outra condição importante é que a coloração padrão dos quatis ajuda na camuflagem, permitindo que escapem de predadores. Já a condição albina os torna muito mais visíveis e vulneráveis à predação”, destacou Juliane Saab.