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Trazendo para seu desfile um enredo totalmente regional: “Banho de São João de Corumbá, Patrimônio Cultural e Imaterial do Nosso Pantanal“, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Pantanal, entrou na passarela do samba já na madrugada desta segunda-feira, 12 de fevereiro. A agremiação foi a penúltima a se apresentar.
Retratando o Arraial do Banho de São João de Corumbá, maior festa junina do Estado, reconhecido como Patrimônio Imaterial do Brasil, a escola iniciou o desfile com a comissão de frente trazendo 10 integrantes que representaram a Festa do Arraial, que celebra a fertilidade da terra de boas colheitas.
No carro abre-alas, veio a imagem de São João Batista, representando o homem que, de certa forma, abriu as portas para a missão de Jesus. O ritual de dar banho na imagem de São João no rio Paraguai acontece por ocasião dos festejos juninos dedicados ao santo, uma das entidades sagradas de maior devoção da população local, considerado milagreiro poderoso, que atende pedidos que incluem saúde, conquistas amorosas, causas pessoais, entre outras. A ele são feitas promessas no âmbito familiar.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diana Garcia e Kelvin Alex, veio de noivosO primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diana Garcia e Kelvvin Alex, veio de noivos, representando o tradicional casamento junino, em que o caipira faz uma sátira aos casamentos tradicionais, e, após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha, começando assim, a famosa dança.
Nas noites de junho, em Corumbá, há festa nos quatro cantos da cidade. Neste mês acontecem as celebrações ao Santo. O famoso arraial, o Banho de São João, é realizado de 23 para 24 de junho em Corumbá, com a descida dos andores pela ladeira Cunha e Cruz, quando os devotos banham a imagem do santo no rio Paraguai.
A Acadêmicos do Pantanal fez reverência ao maior mestre cururueiro da região de Corumbá e Ladário, o centenário, Agripino Magalhães Soares, mais conhecido como “Seo Agripino”, que faleceu em abril de 2020.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Agremiação destacou que nas noites de junho, em Corumbá, há festa nos quatro cantos da cidadeO cururueiro foi lembrado no 3° carro alegórico. Quando vivo, era uma das únicas pessoas em Mato Grosso do Sul, aptas a construir artesanalmente a viola de cocho, feita a partir de um tronco de madeira inteiriço. A viola é o principal instrumento utilizado para tocar cantigas que acompanham as danças típicas, cururu e siriri, apresentadas em festas tradicionais e festejos religiosos.
A bateria da escola de samba veio com 70 ritmistas comandados pelo mestre Vinicius. Fez o recuo e ditou o movimento da agremiação na avenida. Eles representaram aqueles que fazem ou dirigem a festa, espirituosos, tradicionais com sua camisa xadrez, calças pretas, chapéu de palha com uma significação caipira, costumam sempre participarem da festa.
À frente dos ritmistas, a rainha Letícia Rorras, que relembrou a famosa saudação “Viva São João”, mostrando a festa, as músicas cantadas, exaltando a alegria contagiante dos festeiros. Ela esbanjou simpatia.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
À frente dos ritmistas, a rainha Letícia Rorras, relembrou a famosa saudação “Viva São João”A escola não deixou de lembrar as comidas típicas e doces, como maçã do amor, o tradicional milho, a pipoca, o quentão, que ajudam a aquecer nas noites frias de junho. As festeiras de São João também foram destacadas.
No desfile, o público também acompanhou a atual campeã do concurso de quadrilhas realizado na cidade de Corumbá, em junho, na época do Banho de São João. Foi a ala responsável por encerrar o desfile da Acadêmicos do Pantanal.