Diário Corumbaense
Ataques em unidades escolares ocorridos em algumas cidades do País, levaram a Polícia Militar de Corumbá a intensificar as rondas nos estabelecimentos de ensino. No município não há registro de ataques, mas briga entre alunas acabou com uma esfaqueada, no final de março.
O desentendimento teve início dentro da sala de aula e terminou na porta da escola estadual João Leite de Barros. As alunas envolvidas eram da escola estadual Nathércia Pompeo dos Santos, na parte alta da cidade, que está em reforma e os estudantes foram removidos para o João Leite até o término da obra.
Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram quando as duas estudantes discutiam e depois que uma empurrou a outra, a agressora, de 15 anos, tirou uma faca da cintura, partindo para cima da vítima, de 16 anos, que levou três golpes, um acertando o braço e os outros dois pegaram no uniforme dela, chegando a rasgá-lo na parte de baixo.
Além de procedimento interno aberto pela Secretaria Estadual de Educação, o caso também foi registrado na Polícia Civil.
Ataques em escola e creche
No Brasil, entre março e abril, dois ataques foram registrados em unidades escolares, um na cidade de São Paulo e outro em Blumenau/SC, em uma creche.
O ataque na escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, terminou com quatro pessoas feridas por faca. Entre as vítimas, estava a professora, Elisabete Tenreiro, 71 anos, que teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital das Clínicas no dia do ataque.
O agressor, um aluno do oitavo ano, de 13 anos, foi contido por duas professoras, que evitaram tragédia ainda maior e está internado em uma unidade da Fundação Casa. A polícia investiga a participação de outros dois alunos na ação.
Já o ataque na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina, aconteceu no início de abril. Quatro crianças foram mortas, entre elas três meninos e uma menina com idades de 5 a 7 anos. Outras cinco ficaram feridas.
A unidade de ensino é particular. Um homem, de 25 anos, invadiu a creche com uma machadinha, atacou as crianças e depois se entregou no Batalhão da PM.
Pais apreensivos
Por conta desses casos em escolas, alguns pais em Corumbá ficam com medo de mandar os filhos para as unidades escolares.
Ao Diário Corumbaense, Adile Laura Lopes Lima, mãe de quatro meninos, um de 17, outros de 14, 09 e 08 anos, contou que não mandou os filhos mais novos para a escola, devido a esses casos e também mensagens que estão viralizando nas redes sociais, com ameaças de ataques em unidades escolares da parte alta de Corumbá.
Divulgação/6° BPM
Policiamento na escola Estadual João Leite de Barros, local onde aluna levou golpes de facaEla informou que recebeu as mensagens via WhatsApp, com as supostas ameaças. “É uma sensação de medo. Não sabemos se pode acontecer ou não. Na segunda-feira (10), não mandei meus filhos mais novos para a escola. Ficamos apreensivos, ainda mais com tanta cena horrível que vem ocorrendo em escolas e até creches. Preferi que meus filhos mais novos ficassem em casa ontem e hoje também”, disse Adile frisando que apenas os mais velhos foram à escola. “Querendo ou não, eles sabem se defender, os mais novos não. Fica a sensação de medo, preocupação, não fico tranquila enquanto eles não chegam”, completou. Os mais velhos estudam na Escola Estadual Dom Bosco e os mais novos, na Escola Municipal Almirante Tamandaré.
A comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Letícia Raquel Lopes, determinou a intensificação do policiamento escolar em todas as escolas, públicas e privadas.
O sargento da Polícia Militar, Mário Freitas, em vídeo divulgado pela assessoria de comunicação do 6° BPM, falou sobre a segurança realizada pela PM nas escolas da cidade.
“Estou gravando esse vídeo para levar calma às mães e à comunidade escolar, vivemos momentos difíceis, mas sigam enviando os filhos para a escola, que as mães tenham calma. A tenente-coronel Letícia, já reforçou policiamento na cidade e estamos trabalhando para que nada ocorra com os filhos, essas mães que estão me ligando, tenham calma, confiem na Polícia Militar, estamos trabalhando 24h para que os estudantes tenham segurança”, garantiu Freitas.
Já o delegado Hugo Fonseca, titular da DAIJI (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso), pediu aos pais e a qualquer pessoa, que não compartilhem mensagens de supostas ameaças.
“Compartilhar esse tipo de mensagem só fomenta o medo e a desordem. É o que essas pessoas responsáveis por isso querem. Importante tentar excluir os perfis e responsabilizar quem está disseminando esse pânico. Esses perfis serão investigados por ameaça e incitação ao crime”, disse o delegado Hugo a este Diário.