O Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Corumbaense fez história ao levar para a passarela do samba um enredo dedicado às religiões de Matriz Africana. A agremiação abriu os desfiles da noite de segunda-feira (03), após a programação ser alterada devido à forte chuva e ventania que atingiram Corumbá no domingo (02), causando danos nas alegorias de diversas escolas.
Mesmo sem valer julgamento oficial, por decisão da maioria das escolas, o evento atraiu uma grande multidão. As seis agremiações tiveram 65 minutos cada para desfilar, mantendo todas as obrigatoriedades, exceto o uso de sapatilhas.
O Enredo: Uma Celebração Espiritual
Com o tema “Trazidos do Reino Iorubá, de Esu a Oxalá, em terras brasileiras Imperatriz apresenta o Xirê dos 16 Orixás nossa Motumbá”, a escola do bairro Aeroporto encantou o público com quatro alegorias, 16 alas e 600 componentes.
A Magia da Comissão de Frente e o Carro Abre-Alas
A comissão de frente abriu o desfile com uma representacão do ritual de despachar Esu, trazendo Yalorixás em vestes brancas e adornos africanos. O carro abre-alas trouxe uma recriação do Barracão de Candomblé, local sagrado onde ocorrem os rituais de iniciação e festas em honra aos orixás.
As Alas e a Tradição Religiosa
A primeira ala, dedicada a Esu, apresentou os mensageiros espirituais, enquanto o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira simbolizou os iniciados nos ritos sagrados. As baianas, por sua vez, exaltaram as mulheres responsáveis pela preparação dos alimentos ofertados aos orixás.
Alegorias que Contaram a História dos Orixás
O segundo carro alegórico homenageou a Festa das Quartinhas de Oxóssi, destacando a figura do grande rei de Ketú.
A bateria, sob comando do mestre de ritmistas, deu o ritmo da festa com a fantasia “Filhos de Oxaguian”. A rainha de bateria brilhou na avenida, trazendo a representação da luta e resistência das religiões de matriz africana no Brasil.
O Grandioso Encerramento
O desfile se encerrou com a majestosa representação do Reino de Oxalufã, simbolizando a casa do orixá mais velho e o senhor da paz. No fundo da alegoria, um grande coração resgatou a essência cíclica do universo espiritual, reforçando que não há começo sem fim e nem fim sem começo.
A Imperatriz Corumbaense emocionou o público e consolidou seu nome na história do carnaval de Corumbá, levando uma mensagem de respeito e exaltação às religiões de matriz africana.
Fonte: https://www.diarionline.com.br/index.php?s=noticia&id=149654