O Governo Federal divulgou na última sexta-feira (22) um investimento histórico de R$ 4 bilhões para aprimorar o transporte hidroviário no Brasil, com foco no escoamento de minério de ferro e manganês extraídos em Corumbá, localizada a 420 quilômetros de Campo Grande. O plano inclui a construção de 400 balsas e 15 empurradores, que serão entregues em quatro anos, em parceria com seis estaleiros das regiões Nordeste, Norte, Sul e Sudeste. A iniciativa deve aumentar em 6 milhões de toneladas por ano a capacidade de transporte de minérios nas hidrovias Paraná e Paraguai.
A maior parte do investimento (R$ 3,7 bilhões), realizada pela LHG Logística Ltda para construção da nova frota naval e estaleiros, foi financiada pelo FMN (Fundo da Marinha Mercante) em parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Esses recursos vão ampliar o transporte de matérias-primas como aço e manganês, estimular a economia nacional e gerar empregos, promovendo o desenvolvimento regional.
De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, este é o maior programa de navegação interior já realizado no Brasil. “Este projeto é um marco para a história do país e reforça o compromisso do Governo Federal com o fortalecimento de uma indústria sustentável, crucial para o escoamento da produção nacional, especialmente em um contexto de COP30, onde a sustentabilidade é uma prioridade global”, declarou.
O projeto também visa reduzir custos logísticos, aumentar a eficiência no transporte e contribuir para a descarbonização da matriz de transporte nacional. Estudos indicam que o modal hidroviário emite até 95% menos CO2 em comparação ao rodoviário e 70% menos que o ferroviário. A substituição do transporte terrestre pelas hidrovias deve evitar a emissão de 70 mil toneladas de dióxido de carbono, alinhando-se aos compromissos ambientais do Brasil.
O trajeto do transporte cobre mais de 2.500 km, de Corumbá até o terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde a carga é transferida para navios de longa distância. Este projeto destaca a importância da hidrovia Paraguai-Paraná como eixo estratégico de integração regional, conectando o Brasil a países como Paraguai, Argentina e Uruguai.
Com 12 mil km de hidrovias navegáveis e potencial para chegar a 42 mil km, o Brasil aposta neste modal como solução eficaz, econômica e sustentável para o transporte de cargas. A construção das balsas e empurradores também fortalecerá a indústria naval, gerando empregos diretos e indiretos em várias regiões.
Edição: Campo Grande News
Fonte: Diário Online