Queimadas urbanas dispararam de janeiro a junho em Corumbá

Além do Pantanal, os incêndios na área urbana de Corumbá, maioria em terrenos baldios, também têm mobilizado o Corpo de Bombeiros Militar.

De domingo para segunda, dias 16 e 17, os Bombeiros foram acionados para conter cinco incêndios em terrenos baldios: um no Universitário, outro no Jatobazinho, dois no Popular Nova e um no Nova Corumbá, este com grandes dimensões.

A reportagem apurou que no terreno de 56 metros de frente e 150 metros de fundo, as chamas tiveram início em frente a escola estadual Nathércia Pompeo dos Santos e se alastraram para o outro lado da rua. Foi a segunda vez que os militares combateram o fogo na mesma área, que ainda tem muita vegetação seca e há probabilidade de incêndio novamente.

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Além de afetar o meio ambiente e a saúde de moradores, fogo pode atingir residências“O Corpo de Bombeiros Militar está trabalhando de forma ininterrupta para combater os incêndios em área urbana, especialmente em terrenos baldios e também nas áreas adjacentes do perímetro urbano e beiras de rodovias. Infelizmente, esses incêndios são causados, em sua maioria, por ação humana. A irresponsabilidade traz danos ao meio ambiente, à saúde das pessoas que inalam a fumaça e ainda há o risco desses incêndios propagarem e atingirem residências. As pessoas precisam se conscientizar e não atear fogo, ainda mais nesse período crítico de estiagem”, disse o comandante ao Diário Corumbaense.

“Cinco incêndios em 24h é um número muito alto. Dentro de uma normalidade, os incêndios em terrenos baldios e desocupados costuma ser bem menor. Quando os bombeiros chegam no local, não se consegue dar o flagrante, ou seja, saber quem foi o responsável, seja para fazer a limpeza ou qualquer outra motivação. Reforçamos que o Poder Público precisa intensificar fiscalização e campanhas educativas junto à população. Este ano, a tendência é ser mais crítico do que foi o período de 2020 e 2021”, alertou o comandante salientando sobre os incêndios: “não conhecia essa realidade por nenhuma cidade que passei. Sinto na pele essa dificuldade dos problemas que os incêndios proporcionam desde a saúde até o meio ambiente. As pessoas flagradas podem ser penalizadas, com multas e também prisão”, completou ao ressaltar a prática de muitos moradores de juntar folhas secas e atear fogo na limpeza de quintais de residências.

Aumento 

Os incêndios em terrenos baldios tiveram um crescimento de quase 700% em 2024, se comparado com o mesmo período do ano passado, de janeiro a junho.

Conforme apurado pela reportagem junto ao Corpo de Bombeiros Militar, em 2023, naquele semestre, apenas 12 ocorrências de incêndio em terrenos  foram registradas. Já em 2024, são até o momento, 94 ocorrências.

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Atear fogo é crime e pode render multa e prisãoDesse total, junho, que entrou na segunda quinzena, tem maior número de registros de incêndio em terrenos baldios, chegando a 39. Em maio, foram 29 ocorrências. Janeiro contabilizou 07; fevereiro 06; março 04 e abril 09.

Provocar incêndio é crime

Provocar incêndio pode gerar prisão em flagrante. A pessoa poderá sair sob fiança para responder ao processo em liberdade. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão.

Além disso, o infrator pode ser autuado administrativamente e multado entre 1.000,00 por hectare ou fração em área agropastoril, ou vegetação não protegida por lei, e de até R$ 7.000,00 por hectare em vegetação protegida.

Tanto no perímetro rural como urbano, o infrator também pode responder por crime de poluição, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão, bem como ser autuado administrativamente e receber multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00. Em todos os casos, os infratores poderão sofrer ação civil para reparação dos danos ambientais.

A população, ao presenciar a pessoa realizando essa prática, pode denunciar através do 190 (PM), 193 (Corpo de Bombeiros) ou à Polícia Militar Ambiental: (67) 99926-4232 e (67) 99932-2838.