Hélio de Freitas – Campo Grande News em 01 de Outubro de 2025
O juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da Vara da Infância e Adolescência, decretou a internação de três adolescentes que planejavam um massacre na Escola Municipal Francisco Meireles, localizada na Reserva Indígena de Dourados, cidade a 251 km de Campo Grande.
Os três – um com 12 anos e dois com 14 anos de idade – são alunos da escola, instalada na Missão Evangélica Caiuá, na Aldeia Jaguapiru. Eles foram detidos pela Guarda Municipal após um funcionário do estabelecimento de ensino perceber comportamento estranho do trio e encontrar as facas nas mochilas.
Durante audiência para avaliar o auto de apreensão em flagrante, o magistrado homologou o procedimento da Polícia Civil e determinou que os três fossem levados para a Unei (Unidade Educacional de Internação). Entretanto, por enquanto, eles permanecem na carceragem da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), aguardando vaga.
À reportagem, a delegada Andreia Alves Pereira, titular da DAIJI (Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa Idosa), disse que os três adolescentes confessaram a intenção de promover um massacre na escola.
“Os três menores foram apreendidos em flagrante pelo ato infracional análogo aos delitos de ameaça e de contravenção de falso alarme (quando a pessoa pratica qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto). Eles foram autuados e em suas oitivas confessaram a intenção de cometerem o massacre”, afirmou a delegada.
A policial confirmou que os adolescentes cultuavam símbolos nazistas. “Dois menores desenharam no braço o símbolo da suástica nazista. Eles estavam portando facas, machetes, balaclava e calças camufladas; todo esse material estava no interior das mochilas. A ideia veio de um dos menores, que viu na internet uma notícia acerca de massacre na escola, quis cometê-lo e convidou os outros dois”.
A Polícia Civil continua investigando o caso. Professores, alunos e familiares dos adolescentes serão chamados para depoimento. A intenção é descobrir se há outras pessoas envolvidas no caso.
O diretor da escola indígena acredita que os estudantes tinham mesmo a intenção de matar professores e outros alunos. “Eles disseram que viram isso e queriam fazer. Um dos pais estava horrorizado, porque eram meninos bons, e, de um tempo para cá, enlouqueceram. A intenção deles realmente era promover um massacre dentro da escola”, disse.
“Infelizmente, esses alunos na nossa escola planejaram executar um massacre. Eles só falavam em matar professores e todos da escola. Estavam preparados para cometer o crime e fugir”, afirmou o diretor.
Segundo ele, a ação da direção e da inspetoria impediu que o ataque fosse executado. “Em todo momento eles falavam em massacre e isso deixou todos em pânico”. Nesta quarta-feira, a direção da escola se reuniu com representantes da Secretaria Municipal de Educação com solicitação de reforço na ronda.
