De Lu Barreto em 16 de abril de 2025 – Estado Diario
Uma operação policial denominada “Kéfale”, deflagrada nesta terça-feira (15) pela Polícia Federal em 11 estados brasileiros, teve como um de seus alvos a cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. A ação desarticulou uma facção criminosa complexa, investigada por envolvimento em tráfico internacional de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro, com um prejuízo estimado em R$ 320 milhões.
As investigações revelaram que a organização criminosa possuía uma estrutura bem definida e dividida em três frentes de atuação. Uma das frentes era diretamente responsável pelo tráfico de drogas, abrangendo a compra, venda e distribuição de entorpecentes. Uma segunda célula era encarregada da segurança das operações, com foco na manutenção do controle territorial através do uso de violência. A terceira frente dedicava-se à lavagem de dinheiro, utilizando um esquema sofisticado com empresas de fachada nos ramos do comércio, ensino e transporte, registradas em nome de “laranjas” para legitimar o grande volume de recursos movimentados.
Corumbá, devido à sua localização estratégica na fronteira com a Bolívia e o Paraguai, figura como um ponto crucial nas rotas utilizadas pela facção para a entrada de drogas no Brasil. Segundo o delegado Márcio Tenório, da Polícia Federal, em entrevista ao Diario de Pernambuco, embora a base principal da organização estivesse localizada em Porto de Galinhas, Pernambuco, outros líderes do tráfico operavam em pontos de fronteira estratégicos, como Guajará-Mirim (RO), Corumbá (MS) e Cascavel (PR).
A Operação Kéfale mobilizou um grande efetivo policial para cumprir um total de 60 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão nos 11 estados. Até o momento, 102 dos 109 mandados foram executados, resultando na prisão preventiva de 53 pessoas, sendo 39 que estavam em liberdade e 14 que já se encontravam no sistema prisional. Sete investigados permanecem foragidos. Em relação aos mandados expedidos para Corumbá, a Polícia Federal ainda não divulgou informações sobre a prisão do alvo local ou se ele está entre os foragidos.
As investigações detalharam o funcionamento do esquema criminoso, que operava com uma hierarquia bem estabelecida e possuía ramificações interestaduais. A organização utilizava rotas internacionais para o transporte de drogas, principalmente cocaína e crack, e recorria à violência armada, incluindo ameaças e homicídios, para manter o controle sobre os territórios em que atuava. A Operação Kéfale representa um esforço significativo da Polícia Federal para desmantelar essa complexa organização criminosa com atuação em diversas regiões do país.
