Na madrugada de terça-feira, 04 de março, a Mocidade Independente da Nova Corumbá trouxe um espetáculo grandioso para a Passarela do Samba. Com aproximadamente 800 integrantes distribuídos em 22 alas, a escola apresentou o enredo “Água, Essência da Vida, Canta a Mocidade na Avenida”, destacando a força mística das águas.
A Magia da Comissão de Frente
A apresentação começou com uma das tradições religiosas mais marcantes do Brasil: a lavagem das escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador. No centro da cena, Oxalá, orixá associado à criação e à harmonia, surgiu de um tripé, sendo reverenciado por pais e mães de santo, simbolizando a purificação para a passagem da escola.
As Cores e Simbologias do Desfile
O abre-alas predominou nas tonalidades amarela e dourada, homenageando Oxum, divindade ligada às águas doces e à beleza. A estrutura incluiu espelhos e a imagem da arara vermelha, símbolo da escola, ao lado de um globo representando o planeta.
Na bateria, regida pelo mestre Marcigley Santana, Oxumaré foi reverenciado como o orixá da renovação e da fertilidade. A rainha da bateria, Carol Castelo, brilhou com uma fantasia dourada simbolizando o Sol, o astro que dá vida e cor ao céu.
Diversidade Religiosa e Cultura Indígena
A diversidade de crenças foi ressaltada com a ala das baianas, que representaram as romeiras de Nossa Senhora. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira também incorporou essa temática: ela personificou Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, enquanto ele encarnou o pescador que encontrou sua imagem sagrada no rio.
No segundo setor, o desfile exaltou as culturas indígenas e sua relação com as águas. O carro alegórico “Filhos de Tupã: Guaraci e a Serpente” marcou a transição para o próximo segmento, onde foram retratados seres mitológicos e criaturas aquáticas.
Encanto e Mitologia nos Carros Alegóricos
Dando continuidade ao desfile, o terceiro setor trouxe referências a figuras lendárias das águas. Alas homenagearam o boto cor-de-rosa, a vitória-régia, piranhas, peixes, golfinhos e conchas, além de Netuno, o rei dos mares na mitologia grega.
O terceiro carro alegórico destacou Iemanjá, a rainha dos mares, cercada por sereias, simbolizando o encontro das águas e sua força natural. O azul predominou na composição, ressaltando a magnitude dos oceanos.
Reflexão Sobre a Importância da Água
No quarto setor, intitulado “Ciclo da Vida”, o enredo abordou a escassez de água no sertão e a resiliência dos que vivem nessa realidade. A seca e a poluição dos rios apareceram como um alerta à humanidade na 19ª ala. O desfile foi finalizado com uma homenagem às populações ribeirinhas do Pantanal, retratadas na última ala através da tradicional canoinha de um pau só.
O quarto e último carro, também chamado “Ciclo da Vida”, reforçou a importância da água para a existência humana. Elementos marcantes incluíram Poseidon, um moinho simbolizando o ciclo da água e esculturas de cavalos-marinhos, encerrando o desfile com uma mensagem de preservação ambiental.
Fonte: https://www.diarionline.com.br/index.php?s=noticia&id=149659