Sete focos de incêndio florestal mobilizam as equipes da Operação Pantanal, que seguem num trabalho incansável para tentar conter o fogo que vem consumindo áreas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Duas regiões permanecem sob monitoramento em estado de alerta.
Na região da Nhecolândia, ao sudoeste do Pantanal sul-mato-grossense, próximo à Fazenda Tupaceretã e ao Porto do Ciríaco, o incêndio é de grandes proporções. O combate às chamas é dificultado pelo acesso complicado e pelas condições climáticas desfavoráveis. A situação ameaça o Parque Estadual do Rio Negro e as áreas ribeirinhas devido à rápida propagação do fogo, sendo necessário o lançamento de água.
Um dos focos que causa maior preocupação é o incêndio que começou nas proximidades da fronteira entre Bolívia e Mato Grosso do Sul, se expandindo até a Serra do Amolar. De grande proporção, o fogo se concentra em uma área de difícil acesso. Outro ponto crítico está na região de Albuquerque, a cerca de 70 km de Corumbá, um pouco abaixo do Porto da Manga, onde as equipes mantêm trabalhos intensivos. A prioridade é atuar nas áreas com habitações, já que a frente de fogo é extremamente extensa, alcançando até as margens da BR-262.
Vindo de Campo Grande para Corumbá com a família no fim de semana, Kleber Sarath relatou ao Diário Corumbaense que é preciso redobrar a atenção na BR-262, pois a fumaça toma conta de alguns trechos, especialmente após a Ponte do Morrinho.
“A visibilidade fica complicada em alguns trechos, principalmente após a ponte do Morrinho, em direção a Albuquerque. A fumaça está concentrada nessa área, dificultando a visibilidade. Até mesmo as colinas estão cobertas por uma densa camada de fumaça”, descreveu Kleber.
Outros focos de incêndio
Guarnições extras foram enviadas para as proximidades da Fazenda Caiman, em Aquidauana, com o objetivo de proteger a área de preservação ambiental. A missão é conter o foco de incêndio que se originou na região da Nhecolândia. O avanço das chamas é acelerado pelas fortes rajadas de vento.
Na região de Rio Verde, próxima à Fazenda Rio Negro e em direção a Coxim (MS), os focos de incêndio permanecem ativos, mas com menor intensidade. O fogo está concentrado na região serrana, e a equipe de combate mantém monitoramento constante.
No domingo (04), o satélite identificou um novo foco de incêndio próximo ao município de Miranda. Uma equipe foi imediatamente enviada ao local para combater o fogo, mas o foco acabou se expandindo até alcançar a margem da rodovia BR-262.
A região do Porto da Manga continua sob monitoramento constante. As autoridades intensificaram a fiscalização para proteger a área. A intensidade do incêndio na Área de Adestramento do Rabicho foi significativamente reduzida graças à linha de combate eficaz. O trabalho agora se concentra no rescaldo.
Corumbá lidera queimadas no Brasil
Os focos de calor detectados via satélite somam 3.557 em Corumbá, colocando o município no topo do ranking das cidades brasileiras com o maior número de focos em 2024. Nos primeiros quatro dias de agosto, Corumbá figura como a terceira cidade com mais focos de queimadas no país, totalizando 430. Aquidauana, a quase 300 km do município pantaneiro, lidera com 522 focos. Corumbá também é a quarta cidade com mais focos no Brasil nas últimas 48h, com 229 focos registrados. Apuí (Amazonas) lidera com 383.
Desde o início do ano até 30 de julho, a área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul alcança 690 mil hectares, um aumento de 74,1% em comparação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 396,6 mil hectares, até então considerada a pior temporada de incêndios no Pantanal de MS.
De acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), os incêndios no Pantanal já destruíram, somente em 2024, 1,058 milhão de hectares, considerando as áreas em Mato Grosso do Sul (825,1 mil hectares) e Mato Grosso (232,9 mil hectares).
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