A partir de maio, a região do Pantanal em Mato Grosso do Sul terá 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros com quatro militares cada para evitar incêndios florestais. Esses pontos estarão instalados em 10 fazendas e duas escolas no Paiaguás e Jatobazinho.
Segundo dados repassados pela Reflore, foram identificados 4.529 focos de calor em Mato Grosso do Sul no ano passado, enquanto em 2022 foram 2.368. Já a área queimada no Estado, em 2023, foi de 1.328.700 hectares.
As informações foram repassadas nesta terça-feira (16) pelo subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Adriano Noleto Rampazo, durante a 12ª Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul, lançado pela Reflore MS.
“A partir de junho, assim que começar os incêndios, eles já vão estar lá para iniciar o combate mais rápido, ter uma resposta mais rápida. Esse é o grande diferencial do nosso atendimento no combate a incêndio. Para este ano são 13 bases avançadas”, disse.
Algumas bases terão duas viaturas, uma caminhonete, e um caminhão de combate a incêndio. Tudo isso pode ir alterando conforme a demanda.
Além disso, cinco embarcações fixas estarão nos rios. “É onde, muitas vezes, começam os incêndios na beira do rio, e também para proteger o fogo que vem do Mato Grosso. Muitas vezes é o que mais dá problema para a gente, porque está numa região bastante difícil de acessar”, completou.
O Corpo de Bombeiros também está com seis equipes fazendo a prevenção das pontes para facilitar acesso, fazendo capacitações nas propriedades rurais, conferindo aceiros, e verificando a estrutura das fazendas para auxiliar nos combates.
Segundo o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, os produtores são treinados para conter incêndio de maior proporção.
“A nossa turma está em campo fazendo o curso de combate a incêndio e mostrando para o produtor como é que ele faz o primeiro embate para que isso não se torne um incêndio descontrolado, então, essa é a nossa preocupação”, pontuou.
Ainda de acordo com ele, as duas estratégias que mais tem causado expectativa é a queima prescrita e a construção de aceiros maiores.
Bertoni disse também que Mato Grosso do Sul tem 1.300.000 hectares de área de floresta plantada. “Traz para nós uma responsabilidade muito grande, principalmente, com as nossas empresas. O Estado hoje, maior exportador de celulose, nós temos uma preocupação muito grande para que não tenha um problema de incêndios florestais, e aí sim, essa responsabilidade nossa aqui, de lançar a campanha antes para tentar evitar o máximo possível os focos de incêndio”, destacou.
O presidente da Reflore, Junior Ramires, explica que a campanha é para conscientizar não só o produtor rural, mas também toda a população.
“A gente tenta fazer com que as pessoas comecem a se preocupar, hoje, com os incêndios florestais porque na época da seca a gente precisa estar preparado. O fogo também não é só um problema do produtor rural, é um problema da cidade. A gente quer que todo mundo se previna”, finalizou.
Decreto – No dia 9 de abril, o Governo do Estado decretou estado de emergência ambiental de 180 dias em Mato Grosso do Sul.
O decreto vale para condições climáticas, queimadas sem controle e tudo o que venha a afetar a qualidade do ar. Também inclui queima prescrita e aceiros.
A queima prescrita, prevista no decreto emergencial ambiental, autoriza os produtores rurais de Mato Grosso do Sul a construírem aceiros de 50 metros.
Os aceiros são corredores sem vegetação, que servem para evitar que o fogo se propague e atinja outra parte da vegetação, que não estiver incluída na queima prescrita. Antes, a abertura permitida era de apenas 6 metros.