Bioparque Pantanal reproduz em cativeiro peixe ameaçado de extinção

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Campo Grande (MS) — O Cascudo-viola, um pequeno peixe que vive no Rio Coxim, em Mato Grosso do Sul, está criticamente ameaçado de extinção. Mas graças ao trabalho do Bioparque Pantanal, um empreendimento turi-científico que integra pesquisa, conservação, bioeconomia e sustentabilidade, a espécie ganhou uma nova chance de sobrevivência.

O Bioparque Pantanal conseguiu reproduzir em cativeiro o Cascudo-viola, de nome científico Loricaria coximensis, pela primeira vez no mundo. A espécie tem apenas 9,6 centímetros de comprimento e ocorre em uma área afetada por uma hidrelétrica. No complexo de água doce, os visitantes podem conhecer o peixe de perto e aprender sobre a importância da conservação por meio da educação ambiental.

A diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, destacou o papel do empreendimento, que segue o conceito moderno de aquários e zoológicos e está alinhado visando Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com o plano de governo do Estado. “Aqui, o papel dos nossos animais vai muito além da contemplação, sendo eles os protagonistas de um trabalho técnico científico de excelência voltado à conservação de espécies e manutenção do equilíbrio do nosso ecossistema”, afirmou.

Preservação

O biólogo curador do Bioparque, Heriberto Gimênes Junior, explicou que a reprodução da espécie ameaçado de extinção contribuirá para estudar a conservação e preservação do animal.

“O fato de termos esse animal ameaçado de extinção dentro do nosso plantel, nos possibilita entender a biologia dele, hoje ele é nosso modelo de protocolo de reprodução que usamos para outras espécies de cascudo, uma ferramenta muito importante para a conservação das espécies, não só do Cascudo-viola, como espécies de todo o país”.

O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Pedro Caravina, ressaltou que o Bioparque além da sua importância turística, se destaca como um grande aliado da preservação ambiental.

“Prova disso, são as inúmeras reproduções registradas no complexo, garantindo, por exemplo, que espécies em risco de extinção, como o caso cascudo-viola, se reproduza e não seja extinto da natureza”.

O Bioparque Pantanal conta com 168 tanques direcionados à pesquisa e conservação de peixes neotropicais. No Centro de Conservação de Peixes Neotropicais (CCPN), espaço que integra o complexo, são criados protocolos de reprodução, com atenção especial às espécies ameaçadas ou com potencial ameaça de extinção. O Bioparque já registrou mais de 250 reproduções, de 46 espécies distintas, dentre as quais 12 registros são inéditos para a ciência no mundo e nove no Brasil.