Corumbá intensifica vacinação contra febre amarela após registro de dois casos na Bolívia

Diário Corumbaense

Após 19 anos, a Bolívia registrou dois casos de febre amarela, um deles na cidade de Puerto Suárez, cidade que faz fronteira com Corumbá. Com isso, o município pantaneiro inicia campanha para intensificar a vacinação contra a doença.  

Ao Diário Corumbaense, a gerente de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Corumbá, Luciana Ambrósio, informou que o último registro de febre amarela na cidade foi em 2010.

“Na verdade, a vacina contra a febre amarela está disponível no calendário vacinal, mas o momento é de prevenção. Todos precisam entender que Corumbá está em uma área endêmica também, aqui está circulando o mosquito transmissor da febre amarela. Esse caso confirmado na fronteira e com a cobertura baixa de imunização que estamos em relação a febre amarela, o risco está presente e, por isso, devemos nos atentar e nos vacinar”, disse Luciana.

Conforme ela, Corumbá está com cobertura vacinal de 52%, quando o ideal preconizado pelo Ministério da Saúde é 100%.

“Agora a pessoa toma uma dose aos 09 meses, depois, com quatro anos o reforço, após os cinco anos, se a pessoa nunca tomou a dose contra a febre amarela, ela passa a ser dose única, não precisa tomar a vacina a cada 10 anos como antes”, explicou Luciana.

Postos funcionando e último caso na cidade

Para tomar a dose da vacina contra a febre amarela, covid-19 e gripe, o posto de saúde Breno de Medeiros, no bairro Popular Nova, funciona nesta quinta-feira (06) e sexta-feira (07), das 08h às 18h.

Já no sábado (08), a vacinação será no Centro de Saúde da Ladeira das 08h às 17h. No domingo (09), as doses estarão disponíveis no Cerest (Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador) das 08h às 17h, localizado no transbordo de ônibus, na 13 de Junho com a Ladário. Na próxima semana, a imunização segue nas unidades de saúde que têm sala de vacinação. 

O último caso registrado de febre amarela em Corumbá foi em 2010, quando um homem foi diagnosticado com a doença. “Esse paciente foi a óbito. Ele veio do Paraná e contraiu a febre amarela na região de Albuquerque, ficou internado, mas não resistiu. Não era vacinado contra a doença”, disse Luciana.

Casos na Bolívia

Em meio à preocupação com a dengue, o Ministério da Saúde da Bolívia confirmou dois casos de febre amarela, após 19 anos sem registro no país. O ministro Jeyson Auza, informou que um caso ocorreu no município de San Borja, departamento de Beni, e outro em Puerto Suárez, departamento de Santa Cruz.

A vacina da febre amarela, na Bolívia, é aplicada no esquema de vacinação regular e como reforço para pessoas que viajam para zonas ou países de risco.

No país, conforme o Ministério da Saúde, existem todas as vacinas necessárias nos postos de saúde para garantir a contenção da febre amarela. No entanto, o aparecimento dos casos, passados ​​19 anos, é consequência da “paralisação do sistema de saúde” em 2020.

Em relação ao paciente no departamento de Santa Cruz, ele tem 17 anos e cumpria  serviço militar em Puerto Suárez. Ficou constatado que o jovem e os familiares não eram vacinados contra a doença.

Febre amarela

A febre amarela é transmitida por mosquitos a pessoas não vacinadas, que vivem principalmente em áreas de mata. O Aedes aegypti também transmite a dengue, zika e chikungunya. A vacinação está disponível nos postos de saúde de todo o país e é recomendada para pessoas que habitam ou visitam áreas com risco da doença. Uma dose apenas garante imunidade por toda a vida.

Os casos leves causam febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Os casos graves podem provocar doenças cardíacas, hepáticas e renais fatais.

Não existe um tratamento específico para a doença. Os esforços se concentram no controle dos sintomas e na limitação das complicações.